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Cannabis na gravidez: riscos e alertas para o bem das vidas envolvidas

A gestação é um momento de grandes mudanças no corpo e na vida de uma mulher, onde cada escolha importa para a saúde das pessoas envolvidas. E um movimento possível de perceber nos últimos anos é o do uso de cannabis pelas mães nesse período.

Esse tema tem ganhado destaque e sendo cada vez mais frequentemente o centro das atenções em assuntos sobre a gravidez, afinal, essa substância demanda um cuidado ímpar, principalmente na gestação.

Por isso, neste artigo, trarei para você um esclarecimento em volta da cannabis na gravidez, explorando os efeitos e impactos no corpo, sinais de alerta para serem considerados e muito mais!

Um contexto sobre a situação

A primeira questão que merece atenção é: por que o uso de cannabis durante a gravidez é motivo de preocupação? Embora a legalização da maconha em muitos lugares tenha levado a uma percepção de que ela é inofensiva, essa é uma suposição perigosa.

A cannabis é uma substância que contém THC (Tetra-hidrocanabinol), o composto psicoativo que a torna famosa, mas também é o responsável por seus efeitos nocivos, e que merecem uma atenção especial das mães.

Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por várias mudanças para apoiar o desenvolvimento do feto. E é com essa sensibilidade que o THC pode impactar no bebê, podendo levá-lo às sequelas e problemas futuros a depender de como o uso acontece (e quanto foi consumido).

Folhas de maconha

A atenção é mais do que necessária

O impacto do uso de cannabis durante a gravidez não se limita apenas ao desenvolvimento do feto, mas também afeta a saúde da própria gestante. Confira alguns sinais que merecem atenção e não podem ser deixados de lado.

Partos prematuros

Dados de um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) mostraram que mulheres que fumaram maconha durante a gravidez tiveram taxas significativamente mais altas de partos prematuros em comparação às que não usaram cannabis.

Problemas de placenta

O descolamento prematuro da placenta é um risco agravado pelo uso de cannabis. Em comparação com as gestantes que não consomem a substância, as que o fazem enfrentam uma probabilidade maior de desenvolver esse problema, que pode levar a complicações sérias, como sangramento excessivo e privação de oxigênio para o bebê.

Adaptação do recém-nascido

Bebês nascidos de mães que usaram cannabis durante a gravidez podem apresentar índices mais baixos de adaptação à vida extrauterina. Medido pelo teste de Apgar, esse indicador é um marcador importante da saúde do recém-nascido e valores mais baixos podem ser preocupantes.

Como os bebês são afetados

Os efeitos do uso de cannabis na gravidez não se limitam ao momento do parto, eles também podem ter impactos significativos na saúde do bebê a longo prazo. Como, por exemplo, no desenvolvimento do sistema nervoso, prejudicando habilidades cognitivas e emocionais.

Isso faz com que eles tendam a ser crianças com dificuldades de concentração, de impulsividade e de resolução de problemas, afetando o desempenho escolar e a capacidade de lidar com desafios na vida.

Os bebês também podem experimentar sintomas de abstinência, como irritabilidade, problemas de sono e dificuldades na alimentação, o que gera cuidados especiais dos pais junto aos profissionais de saúde.

Médico tocando barriga de grávida

Tomando as decisões mais adequadas

É fundamental que as futuras mães compreendam os riscos associados ao uso de cannabis durante a gravidez e busquem alternativas seguras para lidar com desconfortos típicos desse período.

Manter uma comunicação aberta com o profissional de saúde é crucial para receber orientações adequadas. Isso faz com que esse período seja saudável e contribua para o bem-estar do bebê e da mãe.

Para isso, tomar decisões informadas é essencial, pois é junto com o apoio médico, considerando as alternativas mais seguras, que os melhores passos podem ser dados para que a gravidez seja só o início de um futuro promissor para a criança.

Quer saber mais sobre gestação e outros assuntos relacionados à saúde da mulher? Confira outros conteúdos autorais sobre ginecologia aqui no blog e me acompanhe através do Instagram: @paulaangelicalopes!

Sobre o(a) autor(a): Dra. Paula Angélica Lopes
Picture of Dra. Paula Angélica Lopes
Ginecologista e obstetra formada em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com residência médica de Ginecologia e Obstetrícia na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC/UFRN).
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