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Crianças e o consumo de doces

Tanto o Ministério da Saúde, quanto a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), têm uma recomendação clara: crianças de até dois anos não devem consumir nenhuma forma de açúcar.

Não estamos falando apenas do açúcar branco ou cristal. A orientação é que não se adicione nas comidas e bebidas da criança o açúcar mascavo, o demerara, o açúcar de coco, o xarope de milho, o mel, o melado ou a rapadura.

Também não devem ser oferecidos alimentos que tenham estes ingredientes no preparo, como bolos, biscoitos, doces e geleias.

Tampouco deve-se ofertar alimentos ultraprocessados, como achocolatados, sucos em caixa, cereais matinais, gelatina em pó com sabor, mingaus instantâneos, iogurte com sabores, e guloseimas como balas, chicletes, pirulitos e chocolates. Estes preparos, além de ricos em açúcar, muitas vezes são repletos de gordura, sal, corantes e conservantes.

Alimentação na primeira infância e paladar

Criança escolhendo alimentos

A alimentação ideal para a primeira infância é o aleitamento materno até os 2 anos ou mais, com a oferta apenas de leite materno até os 6 meses. A partir dos 6 meses inicia-se a oferta de alimentos in natura e minimamente processados.

Os alimentos oferecidos nesse período são decisivos para a formação de hábitos futuros. Nesta fase da vida a criança está se desenvolvendo e aprendendo muito, é nela que se constrói o paladar.

Nós humanos já temos uma tendência natural e ancestral de termos um paladar mais propenso para o doce. Adquirimos isso quando nossos primitivos viveram épocas de escassez e precisaram se alimentar de comidas ricas em açúcar para sobreviver.

Dessa forma, precisamos incentivar as crianças a desenvolverem apreço por outros sabores, que trazem outras experiências sensoriais, como o amargo e o azedo, pois comidas importantes para o seu desenvolvimento não são doces ou salgadas.

É necessário, portanto, buscar um paladar mais rico e complexo, que aceite a diversidade de sabores existentes.

O mal do açúcar

Cubos de açúcar branco

Mas por que não podemos dar comidas açucaradas para as crianças pequenas?

O consumo de açúcar na infância tem alto impacto na saúde cardiovascular. Estudos indicam que esse ingrediente está ligado a fatores de risco cardíaco, como obesidade, diabetes, hipertensão arterial e aumento nos níveis de colesterol.

Essas doenças podem se manifestar na vida adulta ou mesmo na própria infância. Tem se percebido o aumento da incidência desses problemas de saúde nas crianças.

Mesmo após os 2 anos, o açúcar deve ser evitado. Segundo a Associação Americana do Coração, crianças e adolescentes devem consumir menos de seis colheres de chá de açúcar por dia.

Como diminuir o consumo de açúcar?

Mulher e criança cozinhando juntos

Para crianças que já estão acostumadas a comer açúcar a mudança não pode ser abrupta. Reduza aos poucos os alimentos açucarados e vá introduzindo outros alimentos, como frutas e verduras.

Para os pequenos é possível usar nos preparos alimentos naturalmente doces para realçar esse sabor. Algumas frutas e legumes, como a banana madura, a maçã, a beterraba e a cenoura, são excelentes para isso.

Com os maiores, você pode ter conversas francas sobre os malefícios do açúcar, fazer negociações e limitar o acesso a produtos açucarados, como refrigerantes e biscoitos. Mas em festas e ocasiões especiais, permita o consumo. A alimentação saudável é equilibrada.

Por último, cozinhe com suas crianças, esse é um excelente momento para aprender sobre a alimentação e se interessar pela diversidade de alimentos.

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Sobre o(a) autor(a): Dra. Isabelly Lopes
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Médica Pediatra com foco em Pediatria Humanizada, sempre busca conhecimentos atualizados, novas técnicas e aprimoramentos para cuidar de crianças e adolescentes em um ambiente amigável e que inspire confiança, seriedade, profissionalismo, dinamismo, honestidade e simplicidade.
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