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Guia para a Educação Sexual de Meninas e Adolescentes

Falar sobre educação sexual com meninas e adolescentes ainda é visto como um grande tabu, mas a desinformação pode ser perigosa e causar confusão. É preciso lembrar que conversar sobre sexualidade é diferente de dialogar sobre sexo.

A sexualidade está relacionada ao conjunto de comportamentos de um indivíduo, como sentimentos, desejos e sensações, voltados ao prazer. Sim, a sexualidade já vem sendo construída desde a infância, por isso, é fundamental falar abertamente sobre o assunto.

Ou seja, a educação sexual é essencial para ajudar as meninas e adolescentes a compreenderem seus corpos, se protegerem de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidez indesejada, desenvolverem relacionamentos saudáveis e tomarem decisões informadas sobre sua vida sexual.

 

Neste artigo, você vai entender mais sobre:

  • Os benefícios da Educação Sexual
  • Como realizar uma abordagem inclusiva e livre de julgamentos
  • Envolvimento dos pais e responsáveis
  • O que deve ser falado durante a educação sexual?
  • Sua ginecologista é sua amiga

 

Os benefícios da educação sexual

Os benefícios da educação sexual

Primeiramente, é necessário quebrar o tabu em relação à educação sexual e normalizar o diálogo sobre a temática. No entanto, não é fácil dar o primeiro passo, porque pode haver receio e, claro, a influência de uma sociedade conservadora e patriarcal, que sempre reprimiu as vontades das mulheres. 

Observar os benefícios da educação sexual como uma forma de proteger nossas crianças e adolescentes é um grande avanço para todos nós. Falar sobre sexualidade é fortalecer a autonomia e o empoderamento, especialmente em relação ao próprio corpo e à sua sexualidade.

Além disso, por meio da educação sexual, podemos conscientizar as crianças e adolescentes sobre consentimento – quais partes do corpo podem ser tocadas ou não por outras pessoas; sobre saúde reprodutiva e sexual – a importância de realizar exames ginecológicos; e sobre estigmas e preconceitos voltados ao corpo.

A educação sexual ajuda a prevenir abusos e possíveis traumas psicológicos que as crianças e adolescentes podem desenvolver. Você pode fazer isso introduzindo o assunto com sua filha de maneira segura e leve.

Abordagem inclusiva e livre de julgamentos

Abordagem inclusiva e livre de julgamentos

Não deve haver espaço para julgamentos nesse momento. Para a educação sexual ser realizada de maneira efetiva e aberta, faz-se necessário uma abordagem inclusiva e humanizada. 

Você deve priorizar um diálogo respeitoso, respondendo as perguntas feitas por sua filha, criando um espaço cada vez mais amigável e livre de julgamentos. Além disso, é necessário respeitar a diversidade de identidades de gênero, orientações sexuais, culturas e crenças. 

Cada pessoa é única, então o acolhimento sempre é uma ótima alternativa, principalmente sobre aceitação e a compreensão de diferentes perspectivas  em relação à sexualidade.

Envolvimento dos pais e responsáveis

Envolvimento dos pais e responsáveis

Os pais e responsáveis possuem um papel fundamental na educação sexual das meninas e adolescentes. Como dito anteriormente, o início da conversa pode não ser tão fácil e confortável, mas é preciso tentar. 

Como fazer isso então? 

Você deve sempre pensar em introduzir o tema levando em consideração a faixa etária da menina e adolescente. Então, explicar por meio de músicas e cantigas pode ser uma alternativa lúdica e eficiente.

Aos poucos, você vai percebendo qual será o melhor momento para falar sobre cada aspecto. Observe e ouça a menina e adolescente com atenção e explique os pontos que elas perguntam ou que acredita que seja necessário compartilhar. 

Outro ponto é que deve ser falado sobre partes do corpo, incluindo os órgãos sexuais, explicando para a criança e adolescentes as funções, como também esclarecer que não se pode deixar que ninguém toque nesses lugares – e nem que ela deve pegar em ninguém. 

Por fim, crie um ambiente seguro para a discussão sobre sexualidade. A criança ou adolescente deve confiar em você e se sentir em segurança para conversar.

O que deve ser falado durante a educação sexual?

Existem temas que precisam ser falados durante conversas sobre sexualidade e educação sexual, especialmente porque são as principais dúvidas das meninas e adolescentes. Uma comunicação assertiva se torna uma ferramenta positiva para o diálogo entre os pais e suas filhas.

Essas temáticas são as mais recorrentes em meu consultório, porque os pais e responsáveis não sabem exatamente por onde começar. Lembrando que tudo depende da faixa etária da filha. 

Confira os temas mais recorrentes e que você pode abordar para iniciar a conversa com sua filha:  

  • Menstruação
  • Métodos contraceptivos 
  • Prevenção de IST’s
  • Anatomia do sistema reprodutivo feminino e masculino
  • Orientação sexual (autonomia, consentimento, cuidados) 
  • Mudanças corporais e sexuais na puberdade
  • Autoconhecimento 

Você também pode encontrar maneiras de manter a abertura por meio de recursos como livros, sites e organizações de saúde, onde os pais, responsáveis, meninas e adolescentes podem obter informações mais detalhadas e precisas sobre educação sexual.

O site do Ministério da Saúde é uma das principais fontes de conhecimento sobre o assunto. O livro Pipo e Fifi:  ensinado proteção contra a violência sexual na infância, disponível na Amazon, pode ser uma alternativa.

Sua ginecologista é sua amiga

A educação sexual para meninas e adolescentes é realmente necessária, mas se você ainda não sabe por onde começar a conversa sobre sexualidade com sua filha, peça ajuda a uma ginecologista.

A ginecologista vai te orientar melhor durante o processo, de maneira saudável e responsável, além de fornecer informações precisas e inclusivas.

 

Vamos cuidar da nossa saúde? Para mais conteúdos como este, leia outros artigos no nosso blog e acesse o meu Instagram @stenialinsgineco.

Sobre o(a) autor(a): Dra. Stenia Lins
Picture of Dra. Stenia Lins
Dra. Stenia Lins é Ginecologista e Obstetra, formada na Universidade Federal da Paraíba, com residência em Ginecologia e Obstetrícia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestrado na Fio Cruz-ENSP (RJ) em saúde pública na área de Violência e Saúde. Atende na Clínica Femina, onde oferece um atendimento humanizado e de qualidade para suas pacientes.
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