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Educação sexual na infância: a informação protege!

Educar os filhos nunca será uma missão fácil, principalmente pelas milhões de receitas prontas que as pessoas ensinam sobre a maternidade. Porém, quando os filhos chegam, o maternar ensina que a educação é individual e depende das escolhas de cada um. Entretanto, quando o assunto é educação sexual, há uma unanimidade entre pais, médicos, educadores e todos que prezam pelo bem estar da criança: a importância de tratar sobre educação sexual com elas.

Neste artigo, vou abordar formas de introduzir o assunto, a importância dele ser passado de pai para filho e, claro, formas de quebrar tabus sobre o tema. Vamos lá?

Pense comigo: quando você aprendeu sobre educação sexual na escola, viu que, de fato, o assunto mencionado tratava mais sobre formas de contracepção, nomes científicos usados para nomear nossos órgãos sexuais e IST’s (infecções sexualmente transmissíveis) do que propriamente sobre a relação sexual de fato, não é? Isso acontecia e acontece pois ensinar sobre educação sexual não é ensinar a fazer sexo!

Este tema é bastante polêmico por ser confundido com assédio ou ensinar aos pequenos jovens sobre coisas que não condizem com a idade, mas o que a maioria talvez não tenha conhecimento, é que a educação sexual é fundamental para combater o abuso infantil.

Abordar o tema sob a perspectiva biológica desde cedo capacita as crianças a identificarem quando algum comportamento merece atenção, como: assédio familiar, nas ruas ou dentro da própria casa. Mostrar aos pequenos que eles são donos do próprio corpo e só pessoa x ou y pode tocar (para higienizar e coisas do tipo) cria um ambiente de diálogo sincero para que a criança se sinta confortável em contar aos pais quando terceiros violarem seus corpos.

 

Qual o papel da família?

É importante saber que a prevenção começa desde cedo, o quanto antes. A partir de um ano e meio, já é possível introduzir o tema para as crianças. Durante o banho, explique sobre os órgãos sexuais, nomeie-os da forma correta (apelidar com nomes carinhosos do tipo “florzinha” ou “pintinho” pode dificultar o entendimento dos pequenos caso alguém desrespeite o corpos deles) e imponha limites sobre carinho, afeto e toques, como por exemplo:

“Só a mamãe pode tocar aqui.” 

“Só o papai pode te colocar no colo.” 

“Nenhum tio ou avô pode fazer carinho no seu corpo em segredo.”

 

O momento das trocas de fraldas e de roupas também é bastante oportuno para introduzir o assunto, aliando o tema a outros também importantes como higiene e autonomia. Vale até comprar livrinhos ou ensinar canções lúdicas que tornem o aprendizado mais fácil – “Pipo e Fifi para bebês” é um ótimo meio para isso. Confira:

Dessa forma, o seu filho será cada vez mais atento e independente para reagir diante de situações suspeitas. Refletir sobre o corpo e a sexualidade ainda é uma resistência para muitos, mas com informação, todos saem ganhando.

Muitas vezes, o abusador está dentro da própria casa. Por isso, sempre acredite primeiramente na criança, investigue qualquer tipo de relato ou caso suspeito e, a partir disso, tome as atitudes corretas. A educação sexual é uma das principais formas de prevenção ao abuso infantil.

 

Agora que você sabe a importância de introduzir a educação sexual com o seu filho, vamos ensinar as crianças a conhecerem o próprio corpo? Para mais dicas, acompanhe o meu perfil no Instagram.

 

Sobre o(a) autor(a): Dra. Paula Angélica Lopes
Picture of Dra. Paula Angélica Lopes
Ginecologista e obstetra formada em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com residência médica de Ginecologia e Obstetrícia na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC/UFRN).
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