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Virtual ou Real? Explorando o metaverso e preservando a saúde mental

Em um mundo cada vez mais digital, o termo metaverso está emergindo como um conceito de destaque na sociedade, nos levando a discussões sobre como podemos viver entre a realidade física e a virtual.

Considerando a forma como as pessoas já se envolvem intensamente com as redes sociais e a tecnologia, a ideia de uma dimensão completamente virtual, onde interações e experiências se misturam, é cada vez mais real e presente no dia a dia.

E essa frequência cada vez maior tem assustado muitos que temem como pode ser a vida logo mais e como isso vai nos afetar emocionalmente.

É por isso que esse é o nosso assunto do momento! Aqui, vamos nos aprofundar mais no metaverso e nos impactos que seu uso pode trazer para a nossa saúde mental. Quer saber mais? Continue a leitura.

O Metaverso e sua popularidade

O metaverso representa um espaço virtual tridimensional, onde os indivíduos podem interagir por meio de avatares, experimentar ambientes simulados e participar de atividades sociais e econômicas que simulam, de certa forma, a realidade física.

É uma expansão da realidade virtual, uma imersão profunda em ambientes digitais que transcende as interações bidimensionais das redes sociais convencionais.

Nesse espaço, as experiências vão desde jogos altamente interativos até eventos sociais, educação virtual e até mesmo transações comerciais, tudo tentando se aproximar o máximo possível do mundo real.

A crescente popularidade do metaverso reflete na busca incessante por formas mais envolventes e imersivas de interagir com a tecnologia e com os outros. No entanto, é preciso saber que, por mais que ele emule as nossas vivências, aquilo tudo ainda é apenas o metaverso.

Homem com óculos de realidade virtual

Atenção para esse mergulho

A imersão total no metaverso traz consigo riscos significativos e, por isso, é preciso sempre ter a noção de que aquele espaço não anula o mundo real.

Embora a linha entre a realidade virtual e física possa se tornar tênue, as consequências emocionais e psicológicas podem ser muito reais. Quando a distinção entre o que é real e o que é virtual se dissipa, a desconexão emocional da realidade física pode ocorrer.

A criação e curadoria de uma vida digital pode dar origem a uma fuga da realidade, onde as pessoas encontram refúgio em ambientes virtuais para evitar desafios da vida real.

E é a partir dessa desconexão que as pessoas são levadas a ações de isolamento, ansiedade e até depressão, pois os laços e interações humanas tangíveis são substituídos por conexões virtuais, e nenhum desses âmbitos substituem as experiências do outro, por isso é tão importante saber os limites e administrá-los.

Os impactos repercutidos

Os efeitos na saúde mental derivados do mergulho no metaverso são numerosos e complexos, principalmente porque seus desenvolvimentos são bastante recorrentes das experiências individuais.

A ansiedade, por exemplo, pode aumentar à medida que os indivíduos se veem presos em uma busca constante por aceitação virtual, perpetuando um ciclo de comparação e autopromoção incessante.

Já o isolamento social é uma preocupação genuína, visto que o tempo gasto em interações virtuais pode se traduzir em menos contato face a face, levando a um sentimento de solidão profunda.

Além desses já citados, é possível falar também de como a sobreexposição à estimulação digital pode sobrecarregar o cérebro, levando a altos níveis de estresse e esgotamento mental, com tudo isso acontecendo de forma bastante imperceptível em alguns momentos.

Estratégias para um Uso Consciente do Metaverso

Para mitigar os riscos envolvidos no uso do metaverso e preservar a saúde mental, é preciso que estejamos munidos das necessárias estratégias cuidadosas. Confira algumas estratégias fundamentais:

  • Estabelecer limites claros no tempo gasto no metaverso é o ponto de partida crucial para evitar a imersão excessiva;
  • Compreender a diferença entre o ambiente virtual e a realidade física também é fundamental para manter uma perspectiva saudável do que se utiliza;
  • O equilíbrio entre a interação no metaverso e a participação nas atividades do mundo real é um ponto que contribui para preservação do bem-estar emocional;
  • O reconhecimento dos sinais de dependência, como negligenciar responsabilidades diárias ou compromissos interpessoais, é outra ação que faz com que esse contato seja mais saudável.

Já em alguns casos, pode ser tarde para tomar alguma dessas atitudes, pois os impactos já estão presentes e corriqueiros. Em uma experiência como essa, é imprescindível buscar a ajuda de um profissional da saúde mental, pois é ele quem analisará a situação e indicará o tratamento personalizado para que a situação possa melhorar.

Mão clicando em uma tela brilhosa

O uso saudável do metaverso

À medida que o metaverso ganha destaque na nossa sociedade digital e real, não devemos subestimar os desafios inerentes a essa nova fronteira e negar a sua existência, no entanto, precisamos ter cautela e atenção a cada novo passo dado.

Assim, encontramos um equilíbrio entre a exploração virtual e a manutenção de uma conexão sólida com a realidade física, fazendo dessa  chave para proteger nossa saúde mental.

Isso acontece principalmente por meio da busca por conscientização, do estabelecimento de limites saudáveis e da compreensão completa dos riscos envolvidos. Assim, podemos aproveitar os benefícios do metaverso sem comprometer nosso bem-estar emocional!

Gostou desse conteúdo? Acompanhe meus outros artigos aqui no blog Vitta e saiba mais sobre informações e dicas sobre psiquiatria e como manter uma boa saúde mental!

Sobre o(a) autor(a): Dra. Stefânie Rodrigues
Picture of Dra. Stefânie Rodrigues
Dra. Stefânie Rodrigues é Médica Psiquiátrica, formada na Universidade Federal de Campina Grande, com residência em Psiquiatria no Hospital Municipal do Campo Limpo, em São Paulo, SP. Atualmente, realiza Pós-Graduação em Psiquiatria Infantil na POSFG (SP).
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