Consumir bebidas alcoólicas pode ser comum e ideal para momentos de descontração. De acordo com o Instituto Brasileiro do Fígado (IBRAFIG), 55% da população brasileira tem o hábito de consumir bebidas alcoólicas.   

Mas o problema ocorre quando a ingestão deixa de ser moderada e entra no quadro de uso abusivo dos entorpecentes lícitos.  

Isso porque o álcool em doses elevadas favorece o surgimento de quadros como obesidade, depressão e, inclusive, riscos ao coração. Pensando na importância desse órgão, uma vez que sua função é bombear o sangue para o corpo, hoje vamos discutir como as bebidas afetam a saúde cardíaca.

Qual o efeito do álcool no coração?

Ao tomarmos uma cerveja, por exemplo, ela é transportada pelo sangue até alcançar todos os tecidos do corpo que contém água. Isso permite que o líquido entre em contato com a corrente sanguínea e, posteriormente, atinge órgãos como cérebro, fígado, rins e coração. A estimativa é que 90% da substância é metabolizada pelo fígado.  

No caso do coração, a ingestão exagerada de álcool, abre espaço para o surgimento de problemas como a Fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca caracterizada pelo aceleramento e irregularidade dos batimentos cardíacos. Essa arritmia atinge de 2 a 4% da população mundial, sendo a parcela mais afetada a de pessoas com idade mais elevada.  

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas mais comuns da Fibrilação Atrial são palpitações, cansaço e mal-estar. Em estágios iniciais eles são dificilmente captados, o que gera grandes riscos à saúde. O motivo é que a ausência de diagnóstico e tratamento pode resultar em problemas graves como o Acidente Vascular Cerebral (AVC).  

Por isso, é fundamental não deixar pequenos sinais passarem despercebidos. O diagnóstico é feito inicialmente através do exame físico e eletrocardiograma (ECG), podendo necessitar de exames complementares como Holter (monitorização 24 horas dos batimentos cardíacos) teste ergométrico (teste de esforço realizado numa esteira). Na sequência, o especialista passa o tratamento mais indicado para cada situação. 

Tratamento

O tratamento da Fibrilação Atrial oferece duas possibilidades: o processo clínico, através de uma rotina saudável e uso de medicamentos, e o segundo através de procedimentos invasivos e intervencionistas. São exemplos do tratamento: 

O uso de medicamentos para estabilizar as palpitações. A aplicação pode ser via oral, pela veia ou cardioversão elétrica (choque no tórax para regular o ritmo do coração).  

Ablação por radiofrequência, onde o médico passa um cateter pelos vasos sanguíneos até o coração e queima o local responsável pela arritmia. Anticoagulação para prevenir a ocorrência de trombose e AVC, tornando o sangue mais “fino” e evitando a formação de trombos e coágulos. 

Como prevenir

  • Pratique atividade física; 
  • Evite o uso do tabaco; 
  • Beba com moderação;  
  • Consulte o médico e realize exames regularmente.  

Além de arritmias como a Fibrilação Atrial, o álcool em excesso pode levar ao descontrole metabólico, como piora dos níveis de colesterol, diabetes e hipertensão, ou ser causa principal ou fator de descompensação da Insuficiência Cardíaca. Assim, tenhamos moderação em seu uso!

Leitura Recomendada: Perigos da Automedicação para o coração 

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Sobre o(a) autor(a): Dr. Vinícius Caldas

O Dr. Vinícius Caldas é médico cardiologista e ecocardiografista, formado pela Universidade Federal de Campina Grande, com residência em Clínica Médica pelo Hospital Universitário Onofre Lopes/UFRN e em Cardiologia e Ecocardiografia pelo InCor da Faculdade de Medicina da USP/SP. Atua realizando exames de ecocardiograma e todas as suas modalidades, bem como atendimento em cardiologia na Clínica Cardiológica HC Cardio (Hospital do Coração), uma das maiores clínicas de Cardiologia do estado.


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