Estamos há mais de um ano lidando com uma das piores e mais desafiadoras crises desta geração. A pandemia da Covid-19 chegou de forma inesperada e repentina, desconstruindo nossas rotinas e hábitos, e nos forçando a lidar com um “novo normal”.

As máscaras passaram a fazer parte indispensável do vestuário, os cumprimentos calorosos foram suspensos, o estudo e o trabalho agora compartilham o mesmo espaço que nosso lazer e descanso, e uma epidemia paralela tem ganhado cada vez mais atenção: a da saúde mental.

O Brasil e o mundo estão enfrentando, dia após dia, os efeitos diretos de uma crise sanitária, econômica e psicológica global, enquanto os números de doentes e mortos se multiplicam e a incerteza continua a tomar conta do nosso cotidiano.

Nesse sentido, os cientistas estabeleceram e explicam um novo fenômeno advindo das consequências da pandemia:

As quatro ondas da pandemia do novo Coronavírus

A primeira diz respeito à sobrecarga imediata dos sistemas de saúde globais e ao adoecimento e mortalidade do vírus em si. 

O que leva à segunda onda, a qual está associada à escassez de recursos e a necessidade de reorganização dos sistemas de saúde – que estão enfrentando ainda mais dificuldades para atender outras enfermidades em consonância com os casos de Covid-19.

Já a terceira refere-se à interrupção no tratamento de doenças crônicas que exigem tratamento constante – seja por falta de recursos, ou por medo do contato com ambientes hospitalares.

E a quarta onda, que segue em crescimento e já ultrapassa as anteriores, está relacionada à saúde mental, aos transtornos psicológicos e aos traumas provocados pela infecção do vírus ou seus demais desdobramentos.

Como a Covid-19 afeta o aparelho psíquico?

Não só o estresse, a angústia, o medo e a tristeza provocados pelo novo cenário estão elevando os casos de transtornos como ansiedade e depressão, como também outras doenças neurológicas estão sendo detectadas por causa do novo vírus.

Uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet Psychiatry revelou que problemas de saúde mental afetaram cerca de 34% dos indivíduos previamente infectados que participaram do estudo. A investigação também mostrou que a incidência de transtornos psiquiátricos também é maior entre os infectados pelo novo Coronavírus, do que em pessoas afetadas por outras doenças do trato respiratório – sendo ainda mais alarmante entre pacientes que enfrentaram quadros graves da Covid-19.

E segundo o Ministério da Saúde, esses cenários não são independentes. Ou seja, uma pessoa pode ser exposta a várias dessas situações (estresse e solidão devido ao distanciamento, ansiedade, depressão e a própria infecção pelo vírus) – o que agrava o risco de desenvolver transtornos mentais.

O que fazer para cuidar da saúde mental na pandemia?

Algumas recomendações simples porém muito úteis podem ajudar a aumentar o bem-estar nesse momento e evitar o desenvolvimento ou agravamento de crises psicológicas:

• Tente manter uma rotina, mesmo dentro de casa. Organize horários, separe um tempo e espaço para cada atividade e mantenha-se ativo(a).
• Evite a informação excessiva. Mantenha-se informado sobre o necessário, mas não consuma o tema exaustivamente. Busque ler sobre outros assuntos mais leves.
• Siga todas as recomendações de prevenção, use máscara quando for sair, higienize bem as mãos e mantenha o distanciamento social.
• Tente não se isolar! Mesmo distante, faça contato com a família e amigos através dos meios virtuais. Converse, troque ideias e tenha momentos agradáveis.
• Evite o uso de álcool e outras drogas;
• Alimente-se bem e pratique atividades físicas;
• Faça atividades relaxantes como meditar, ver filmes e séries, ouvir música, ler um livro, cozinhar, ou então tente experimentar um hobby novo!
• Lembre-se que as restrições são necessárias para cuidar de você e daqueles que você ama, e que logo tudo isso vai passar!
• Se estiver em sofrimento intenso, não hesite em procurar ajuda médica!

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Fontes: Ministério da Saúde; Veja Saúde; Revista Galileu.