Você já pensou sobre o poder das redes sociais nos contextos básicos do nosso cotidiano?

Muitas pessoas desconfiam da sua influência, mas não conseguem por si só formar uma consciência sobre seu papel na realidade social. Os transtornos alimentares, por exemplo, se caracterizam por perturbações no comportamento alimentar, e podem ser desencadeados pelos hábitos que conduzimos no nosso dia a dia – dentro e fora das telas.

Consciente ou inconscientemente, estamos sempre comparando nossas dietas, exercícios, corpos ou personalidades com a de alguém nas redes, embora não saibamos quem são essas pessoas e como vivem no mundo real. Esse comportamento é bastante problemático, principalmente entre os mais jovens.

As redes sociais atuam em duas vertentes que podem aparecer de maneira combinada:

  • Impacto na insatisfação da imagem corporal: a promoção de um suposto padrão de corpo perfeito nos faz olhar para as nossas próprias características físicas com um olhar negativo, insatisfeito, depreciativo. Por mais que tenhamos consciência de que o que vemos na internet pode ser fruto de manipulação, edição ou maquiagem, por exemplo, nosso cérebro é alimentado por toda a expectativa social criada ao redor dos atributos ideais impossíveis de serem alcançados.
  • Desenvolvimento de problemas alimentares: Essa insatisfação então leva ao desenvolvimento de distúrbios alimentares como compulsão, bulimia, anorexia, dentre outros. Além de outros transtornos mentais como depressão, ansiedade e baixa autoestima. Essa soma de efeitos psicológicos pode levar rapidamente a graves consequências físicas, que impactam diretamente o bem-estar e a qualidade de vida do indivíduo.
  • Distorção da autoimagem: o conteúdo produzido nesse espaço é um atravessamento cultural: imagens, padrões estéticos, ideais mercadológicos e negociações de poder. O foco na magreza e na alimentação se torna um estilo de vida desejável, mas que pode se caracterizar em uma prática obsessiva, construída sem nenhum conhecimento ou ajuda médica.

Esse é um problema sociocultural

É preciso lembrar que as redes sociais são apenas espaços de interação humana. Elas não são capazes de nos controlar, nem nos levar a fazer qualquer coisa por si só. Elas representam um reflexo da sociedade em um plano virtual.

Se você se sente disposto(a) a uma mudança alimentar saudável, é imprescindível que ela esteja acompanhada de ajuda profissional capacitada, até mesmo para te auxiliar a compreender o que são compulsões alimentares e distorções de imagem.


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Sobre o(a) autor(a): Dra. Stefânie Rodrigues

Dra. Stefânie Rodrigues é Médica Psiquiátrica, formada na Universidade Federal de Campina Grande, com residência em Psiquiatria no Hospital Municipal do Campo Limpo, em São Paulo, SP. Atualmente, realiza Pós-Graduação em Psiquiatria Infantil na POSFG (SP).


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