Distúrbios alimentares são comuns em adolescentes e jovens adultos, mas como podemos identificar os sinais de algo não está certo?

A nossa sociedade pode ser cruel, especialmente com as meninas, quando o assunto é padrão de beleza. Os meninos não estão longe disso, claro: a cada dia é maior a pressão pelo “corpo ideal” cujo alvo é um ideal de masculinidade através da aparência.

As redes sociais, programas de TV e streaming, influencers e o próprio ambiente escolar podem gerar gatilhos quando os jovens ainda estão desenvolvendo o próprio corpo, personalidade e maturidade.

Cada caso é um caso e todos merecem atenção, mas como você, pai, mãe ou responsável pode identificar os primeiros sintomas de que há um transtorno alimentar?

Vem comigo!

Quais são os distúrbios alimentares mais comuns?

Gif de ilustração com pessoa se equilibrando

As doenças mais comuns costumam ser anorexia — muito comum em mulheres; cerca de 90% dos casos —, bulimia e vigorexia (obsessão com alimentação, exercícios e corpo “perfeito”).

Do outro lado da balança, há a compulsão alimentar — uma compensação exagerada de ansiedades e sentimentos através da comida — que por sua vez pode levar à obesidade.

Quais são os primeiros sintomas e sinais de que há algo errado?

Ilustração de menina se olhando no espelho.

É importante ressaltar que este texto serve apenas como um meio de informar e, de forma alguma, serve como um diagnóstico. Para isso é necessário acompanhamento multidisciplinar: médico endocrinologista, nutricionista e, como não podia deixar de ser, psiquiátrico.

Apesar disso, alguns comportamentos negativos são comuns e merecem a sua atenção.

Dismorfia corporal: você já notou que o seu filho ou filha costuma dizer que está gordo(a), mesmo sendo magro(a)? Esta obsessão pelo corpo é uma distorção de percepção, ou seja, faz com que a pessoa veja detalhes ou elementos que 1- não existem, 2- são muito menores do que ele(a) enxerga.

Baixa autoestima: é natural que após a exposição a corpos ideais ou comentários sobre a aparência, os adolescentes passem a ter baixa autoestima. Você, pai ou mãe, pode observar se o seu filho(a) faz comentários autodepreciativos, evita tirar a roupa em piscinas e praias ou apresenta um comportamento desanimado/triste no dia a dia.

Queda no desempenho escolar: a alimentação é fundamental para um bom rendimento na escola. Quando as notas começam a cair sem motivos aparentes ou os professores alertam para o comportamento do adolescente, talvez seja hora de conversar sobre o assunto.

Ansiedade e estresse: nós sabemos como a adolescência pode ser estressante, não é? Vestibulares, provas, relacionamentos… Porém, se este tipo de comportamento torna-se uma regra, é preciso prestar atenção.

O que fazer primeiro?

Gif de emoji

E agora? O mais importante é saber que brigar ou repreender não é o caminho correto. Transtornos alimentares são doenças e precisam de atenção, acolhimento familiar e acompanhamento profissional.

A primeira conversa pode ser no sentido de tentar compreender o que o adolescente acredita, sua visão de mundo e sobre si mesmo. A partir daí, você pode sugerir um acompanhamento profissional que ajude a compreender todas as mudanças que estão ocorrendo no corpo em desenvolvimento.

Como dito anteriormente, o ideal é realizar consultas com um(a) endocrinologista, que vai apresentar informações e conduzir o jovem através de escolhas mais saudáveis. A partir daí, entra o campo psiquiátrico, que oferece um suporte para compreensão dos desafios e superação destes obstáculos.

 

Não esqueça: é essencial dar o primeiro passo. 

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Sobre o(a) autor(a): Dra. Stefânie Rodrigues

Dra. Stefânie Rodrigues é Médica Psiquiátrica, formada na Universidade Federal de Campina Grande, com residência em Psiquiatria no Hospital Municipal do Campo Limpo, em São Paulo, SP. Atualmente, realiza Pós-Graduação em Psiquiatria Infantil na POSFG (SP).


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